quinta-feira, 30 de maio de 2013

Museu do Indio Americano

Começarei uma série de posts sobre os museus do Smithsonian Institute, o maior complexo de museus e pesquisas do mundo, inclui 19 museus e galerias de arte, além do Parque Zoológico Nacional, todos aqui em Washington. Todos são abertos a visitação todos os dias do ano, exceto dia de Natal. A entrada é gratuita em todos eles.
Comecçamos a visita a essa série de museus pelo National Museum of the American Indian. Ele esta dividido em duas partes. Uma fica em Washington e outra em New York. A excitação da visita começa pela arquitetura do prédio, que foi concebido com sinuosidade e que lembra as construções em adobe dos povos do sudoeste americano, sobretudo do deserto de Sonora.

O projeto do edifício elaborado por Douglas Cardinal (um indígena Blackfoot) e uma equipe de arquitetos e consultores indígenas, é uma estrutura coberta de pedra calcária Kasota, que reúne perfeitamente a beleza áspera da natureza e a elegância da arquitetura. O edifício se alinha com os pontos cardeais e com o vértice da cúpula do Capitólio e esta cheio de simbolismos e formas que refletem o universo indígena. Entre eles, cabe mencionar as representações da natureza, astronomia e os objetos da coleção. (Extraído do folder de informações gerais e apresentação do Museu).
 

 

Um representação dos níveis do universo esta presente na cúpula do átrio da entrada;
 

E no Totem muito bonito.


Todos os Museus que visitamos até agora nos Estados Unidos, possuem restaurante e loja de vendas de presentes e lembranças do museu.
O interessante deste American Indian Museum, é que podemos comer comidas tradicionais dos povos indígenas, como os fried bread (um pão frito), muito deliciosos e que já tínhamos conhecido nos Navajo e em Tempe, AZ. Aqui também é possível comer hamburges de carne de búfalo americano (o bisão).


 
Irepti gostou.


 
 E entre as belezas da loja de vendas, pode-se comprar muitos trabalhos em missangas.
 







E cestaria
 

O acervo deste museu esta dividido em três temáticas: nosso Universo; nossos povos; nossas vidas.
Na primeira parte, que fica no quarto andar, tem-se a exibição de um vídeo numa sala interativa sobre as cosmologias dos povos indígenas das Américas. Em seguida é possível visitar (sempre em sentido circular) as exibições sobre as cosmologias de diversos povos. Abaixo uma exibição de Raven roubando o Sol para os humanos, que esta na mitologia dos povos da costa Noroeste.
 
Muito impressionante a decoração das roupas, como pode ser visto abaixo. Todo feito com missangas pequenas. Conhecendo os gosto das artesãs Ramkokamekra-Canela pelo uso da missanga, sei que elas ficariam 'doidas' ao verem isso.


Existe também uma pedra do calendário Maia em tamanho natural.

E exposição das peças de prata que eram usadas como peças distintivas pelos povos indígenas.

Aqui um stand da cosmologia Mapuche (Chile)

A sequencia abaixo mostra artes e artefatos desde antes da chegada dos europeus até a atualidade.
Muitas artes em cerâmica e esculturas em rochas.


Também a complexidade do uso de metal que havia nos Andes, América Central e México.





E então o ouro e a prata foram misturadas ao aço e ferro das espadas dos invasores europeus.



Até chegar nas armas de fogo, que hoje também fazem parte do cotidiano dos povos indígenas para suas atividades de caça.
Existe uma sessão somente sobre pontas de flechas. São exibidas 'apenas' mil peças das mais de cento e quarenta mil que existe no acervo do museu. 







Como exibição temporária, vimos as cerâmicas dos povos ancestrais que viveram na América Central. Uma beleza.






























 
 Além das cerâmicas, há em exposição uma coleção de bonecas ricamente confeccionadas por artistas indígenas.






Se considerarmos a quantidade de povos indígenas que vivem no Brasil, eles estão pouco representados aqui. O único povo indígena que vive no Brasil e que esta na exposição permanente, são os Ka´apor, povo falante de língua Tupi-Guarani, que habitam terras no Estado do Maranhão.