domingo, 3 de março de 2013

De pessoas e coisas que vimos por aqui!

Silver Spring, 22:00
Em outro post eu falei das primeiras impressões que tivemos sobre as pessoas ao chegarmos aqui. Queria comentar um pouco mais sobre isso. Porque me lembrei do texto de Ralph Linton sobre o homem americano que, diante de todas as evidências contrárias, achava que tudo que usava era autenticamente americano.
Lembrei disso devido a existência de em muitos estrangeiros vivendo aqui. No dia que chegamos, conseguimos uma informação com uma mulher do Nepal. No supermercado o caixa que nos atendeu era estrangeiro mas eu não perguntei de onde ele era. Aqui no condomínio Summit Hills existem muitos trabalhadores de El Salvador. No mercado existente aqui dentro, o funcionário que me atendeu é paquistanês. A vendedora que veio nos atender com tv a cabo, internet e telefone, é de Camarões. No shopping Ligia comprou algumas embalagens de presente com um indiano e hoje ganhamos uma carona de uma funcionária daqui que é da Guiana. E todos esses, bem como os americanos nativos, tem sido extremamente amáveis. Sabendo que não somo totalmente proficientes em inglês, mostram-se pacientes em nos explicar, em falar devagar e responder a perguntas até mesmo bobas. Por exemplo, nas portas dos prédios tem uma caixa de madeira com tampa onde esta escrito: "let it snow", que poderia ser traduzido por "deixa nevar"! Irepti quiz saber o que continha aquelas caixas e fui perguntar a Julia, manager do Service Center daqui. Ela, pacientemente saiu para nos mostrar que dentro da caixa tinha sal e que ele é utilizado para ser espalhado no chão, quando se forma muito gelo nos dias mais frios para degelar e evitar quedas das pessoas. Além de explicar, ela nos brindou com alguns bombons de chocolate. 
Ontem pala manhã eu fui até a casa de Barbara Watanabe, que fica em Capitol Hill, um bairro ao qual eu somente teria acesso por ônibus ou metro. Eu ja tinha visto pela internet no site do metro, que era preciso comprar um cartão, chamado de smartrip que pode ser recarregado e usado tanto no metro quando nos ônibus. Mas tudo é vendi nas máquinas nas quais temos que inserir notas de dinheiro. Solicitei e fui atendido por um funcionário. Na verdade eles tem em cada estação um manager que é responsável pelos atendimentos. Solicitamente ele me levou até a máquina e me explicou e comprou com meu dinheiro o meu cartão para eu aprender. Tomei o metro em direção ao centro de Washington mas haviam tres estações fechadas para manutenção e saltei na próxima, Tacoma Park. Dali os ônibus faziam o transporte dos passageiros passando pelos tres estações fechadas e indo até a NoMa station de onde podíamos seguir em frente. Tudo muito organizado. Todos fazendo fila ordenadamente e todos respeitando os agentes que organizavam o embarque nos ônibus. Não sai um ônibus com alguém em pé.
Ao chegar em Capitol Hill, tive que ir perguntado às pessoas na rua para encontrar o endereço desejado. Todos sempre foram atenciosos e cordiais. O último senhor, um trabalhador de construção, talvez um pintor, levou-me para atravessar uma quadra por um atalho até chegar na rua desejada. Encontrei a casa de Barbara onde Don, seu esposo e sua filha, Jean, já tinham carregado no El Chefe Rojo, uma caminhonete Ford, as nossas coisas. Num frio de 32 F (ou 0 C) antes de partirmos, lanchamos  sanduíches deliciosos preparados por Barbara. Em seguida fomos para Silver Spring e no caminho pacientemente ambos me falavam com calma sobre os lugares para eu poder entender. Passamos em frente a Gallaudet University, uma escola especializada e dedicada a estudantes surdos. O lugar é muito bonito e pretendo voltar para conhecer melhor essa escola. 
Após deixarmos as coisas no apartamento, mesmo com muito frio tomamos o metro para irmos até o Westfild Mall, em Wheaton.

Eu havia comprado um DVD player na Best Buy da Georgia Avenue para Irepti poder assistir seus desenhos. Mas o aparelho não funcionou. Então fui ao setor de atendimento ao consumidor, apresentei a nota e tranquilamente e gentilmente testou e detectou o defeito e prontamente permitiu a troca por outro e paguei a diferença. Não tem data específica para realizar trocas, como em algumas lojas de departamento no Brasil. Aqui a qualquer dia e hora, estando a loja em funcionamento, é possivel fazer isso.
Ao sairmos das compras, precisavamos de um taxi. Perguntei a uma funcionária de uma lanchonete como conseguir um taxi. Ela disse que somente ligando para um. E como eu não tinha telefone ela mesma perguntou se queria que ligasse. Aceitei e ela gentilmente me pediu que sentássemos e aguardássemos que o taxista ligaria para ela ao chegar e ela me avisaria. Assim fez alguns minutos depois e tomamos o táxi cab. É verdade que o taxista não abriu o porta-malas para colocarmos nem para tirarmos nossas compras, mas tudo bem!
Hoje pela manhã, numa manhã clara mas gélida (novamente os termômetros marcavam 32 F - 0C) precisamos sair para comprarmos algumas coisas para esperarmos visita. O jeito foi colocar as roupas que havíamos comprado: meia-calça, thermo skin, calça e duas meias. Blusa thermo skin, camisa, pulover e jaqueta; gorro thermo skin e outro gorro de lã e luvas terminavam a indumentária.




Fomos até Silver Spring dowton onde tem uma pista de patinação no gelo. Prometemos para Irepti que voltaremos depois ali para ela tentar patinar. 
Aqui, como em todos os lugares do mundo, existem muitas coisas made in China. Mas, ao contrário de muitos lugares do Brasil, a maioria dos produtos made in China daqui são muito bons e baratos. Compramos um junto de panelas de seis peças por US$18,99, ou algo como R$40,00. Mas todas panelas e frigideiras resistentes no estilo Tramontina no Brasil.
Então me lembrei de uma conversa que tive com um filho de libanes em Manaus. Naquela ocasião ele me falava que o problema dos produtos de má qualidade não era culpa dos chineses mas dos compradores, pois os chineses fazem o produto que o cliente desejar. Se quizer produto barato e péssima qualidade e pagar por isso, os chineses fazem. Se quizer produto de ótima qualidade e pagar por isso, eles fazem também. Assim, percebo claramente que o problema no Brasil são os consumidores e os comerciantes e não os chineses. Aqui nem comerciantes nem consumidores querem produtos de baixa qualidade e então os chineses fazem o produto para atender o desejo do mercado daqui.







Ao contrário de New York, aqui quase não há táxis circulando nas ruas. Eles geralmente atendem as chamadas por telefone e então não é fácil sinalizar e um carro parar. Assim fomos para casa a pé até que gentilmente uma guianense, funcionária do Summit Hills, nos ofereceu uma carona. 
Chegamos em casa e tivemos tempo de preparar para recebermos Bill Crocker e sua esposa Jean para um chá e uma conversa. ;Eles foram muito amáveis trazendo de presente queijo de Winsonsin e vinho da California além de peras frescas. Foi muito agradável e vamos nos reencontrar em Nashville na próxima semana.


E assim terminamos o quinto dia aqui, trabalhando duro e tendo a cada dia uma nova experiencia de aprendizado.


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